sábado, 31 de dezembro de 2011
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
HOMENAGEM:
Foi Rinus Michels ( que também passou por Barcelona) que inventou o futebol total de Cruijf e Guardiola. Não vi o Ajax que ele levou ao primeiro título europeu (1971) , mas vi a Holanda de 1988. Michels começou, bem, como jogador numa tarde de 1946 contra o Den Haag e marcou...cinco golos. Retirou-se por lesão em 1958 e foi sempre considerado um jogador-operário.
A sua última equipa, a Holanda de 1988, também contava com um jogador que não foi devidamente apreciado. Wim Kieft estava instaladinho como primeiro avançado do Ajax, e da selecção, quando apareceu Marco Van Basten. Kieft ficou sempre com a fama de jogador-operário, mas não era bem assim.
A PASSADA:
Antes do campeonato começar disse ao meu amigo Lourenço que Carrillo seria a revelação do Sporting 2011/12. Estou a caminho de acertar em cheio.
Começa porque, em regra, um grande jogador de ataque não tem posição definida. Pensem em Gullit, Aimar, Messi, Robben, Laudrup ( Michael), Zico, etc. Carrillo tem outra característica que dá cabo da cabeça aos defesas : a passada larga e a aceleração curta ( quando estou a trinco é o pior que me pode aparecer pela frente e resolvo normalmente com um encosto preventivo e enérgico). Combinadas com boa recepção e melhor drible, fazem de um avançado uma mistura de tigre com serpente.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
PÃO E VINHO SOBRE A MESA:
Negrete: "Nos estágios, por exemplo, ficava sempre na mesa do Manuel Fernandes. Ele era o capitão e por isso no lugar dele havia vinho a dobrar. Eu gostava mais de refrigerantes, mas tinha de beber, claro. Era uma forma de conquistar a simpatia deles."*
Às vezes, enquanto o microondas funciona, dou por mim a pensar nas vidas destes tipos que cruzavam mares e aterravam na mesa do Manel Fernandes.
Lembro-me de um pontapé de moinho num pelado ( Salgueiros?) - como não o encontro, matemos as saudades com esta colecção ou com o melhor golo do México 86.
* fonte TVi.
* fonte TVi.
domingo, 25 de dezembro de 2011
MOLECULAR:
Jogamos como o meu pai e o meu avô diziam que jogava o Brasil, disse Guardiola após a final do Mundial de Clubes ( 4-0 ao Santos). Se substituirmos jogámos por cozinhámos e Brasil por minha aldeia, a frase podia ser de Arzak, Adriá ou do Can Fabes.
Deixo o debate sobre a cozinha molecular para as páginas da Ler ( estou a meio de uma série sobre comida), mas o tom é esse: a base é a origem ( os super-bascos fizeram um levantamento exaustivo do receituário tradicional) , mesmo quando o produto final é bestialmente depurado.
Deixo o debate sobre a cozinha molecular para as páginas da Ler ( estou a meio de uma série sobre comida), mas o tom é esse: a base é a origem ( os super-bascos fizeram um levantamento exaustivo do receituário tradicional) , mesmo quando o produto final é bestialmente depurado.
Neste BarcelonaxBilbao, de 1999, podemos ver Guardiola a ordenar o jogo. Imagino-o como um tipo insuportável: sempre calmo, sempre recto, sempre satisfeito.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
SAVICEVIC:
Os mais novos não se lembram deste Ferrari do AC Milan. Como os Ferraris, não era bicho para rampas nem estradas pedregosas. Na altura havia boa colheitas lá pelas dalmácias ( Boban, por exemplo).
Savicevic começou no FK Buducnost, de Titograd. Uma anedota da Rádio Mulherzinha ( nos tempos dos paraísos de ferro) contava que Tito se disfarçou de operário para saber o que pensavam dele. Entrou numa fábrica e perguntou a um operário o que achava de Tito. O homem levou-o por corredores escuros e caves esconsas. Quando julgou seguro, lá lhe confessou que até gostava muito do kamarada Tito.
Savicevic, hoje, seria uma mistura de Xavi com Aimar.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
FÁBULAS:
Todos conhecem a história da raposa e do ouriço, recordada por Sir Isaiah Berlin a partir de Arquíloco: a raposa conhece muitas coisas, o ouriço só uma mas muito importante.
Há treinadores-ouriços. Jesus só sabe trabalhar um modelo e mal explicado. Se tiver alas rápidos e se tiver um ponta móvel ( como teve no Braga), a coisa corre bem. O problema é que JJ não sabe escolher jogadores: compra esquerdinos para a direita e vice-versa, lentos por rápidos e vice-versa ( Meneses, por exemplo). Ainda por cima enxertou uma tartaruga ( Cardozo) no carrossel.
Raposas? Cajuda, Ranieri, Oliveira ( sim, esse mesmo).
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
OS LATERAIS:
Foi no Campeonato do Mundo de 2002 que Cafu e Roberto Carlos selaram definitivamente o papel dos laterais no futebol do século XXI. O lateral ideal de hoje é o negativo de Emerson ( Benfica), mas também se distancia de Marcelo ( Real), um baixote destravado, ou João Pereira ( Sporting), um baixote destravado duplo.
O lateral sobrepôs-se ao extremo porque este já não tem espaço e é raro. Os jogadores são hoje muito mais versáteis, por isso Pujol ( Barcelona) pode dobrar o colega sem dificuldade. O lateral moderno é um ala que arranca de uma linha imaginária transversal ao relvado, riscada entre dois pontos equidistantes da linha de fundo e da linha de meio campo. Sendo um ala, tanto vai para o meio como para a linha. Tem de ser mais do que o antigo carrilero, que era uma espécie de comboio monocórdico, como Maxi Pereira às vezes é.
Evra ( Manchester), Dani Alves ( Barcelona) e Álvaro Palito Pereira ( FcPorto), por exemplo, guardam o Graal.
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