A CULTURA DE CLUBE:
Simmel* distinguia a cultura objectiva da cultura subjectiva. A primeira entende a obra de arte, da criação, como a coisa em si mesma, que se mede e é a medida da capacidade do artista; a segunda é o contexto do criador e da obra, a forma como as pessoas se desenvolvem em direcção a uma existência mais elevada, conumindo e criando a cultura objectiva.
Quando vemos o Barcelona , o Dortmund e o Manchester jogar, compreendemos por que motivo Simmel esclarecia que as duas dimensões da cultura são inseparáveis. Um grande golo ou uma sucesssão de tabelas são criações mensuráveis e dão a medida do artista, mas o cimento que as une é forma como um grupo estável e enraizado as consome. Nas altas culturas de clube, o artista faz o que é dele ( não estamos na URSS), mas cada criação eleva e é elevada pela comunidade. Messi e Scholes, por exemplo, são artistas dos seus clubes. E de mais nenhum.
Agora comparem com o Sporting.
*Filosofia de la cultura, 1911, trad.espanhola de 1986, Ed Península)
2 comentários:
Discordo; Os consumidores somos nós, os espectadores… Toda a equipa participa na criação artística, principalmente os intervenientes directos de cada lance, sendo assim, estes jogadores objectivamente, os artistas. É aliás esta actuação conjunta de vários artistas, que encontramos tb, por exemplo, na música, principalmente nos agrupamentos musicais, uma forma de sinergia que permite a elaboração de objectos artísticos de nível superior à criação individual.
Nós como consumidores de futebol é outro plano, óbvio, mas outro plano.
Eu diferencio a produção cultural dentro da comunidade apartada ( o clube).
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